Mecanismo de desabafo. Forma de tentar expressar o que nem sempre é possível por outros meios. Falar das coisas que sei. E que nem sei. Local de conversa fiada. Verve. Calor de imaginação que anima o artista, o orador, o conversador, etc. Verter. 2. Fazer sair com ímpeto; jorrar. 3. Espalhar; difundir. Veia. Bem, veia é veia mesmo.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Ex-cocólatra...
"Olá, meu nome é Almiro Marcos e sou viciado em Coca-Cola..." O comentário, tomando como base aqueles encontros de alcoólatras que se assumem como tais, arrancou risadas do povo que estava ao redor.
Lembro-me de uma conversa que tive há vários anos com uma saudosa amiga da minha mãe, que se chamava Alda. Educada e meiga, ela estava almoçando em casa quando minha mãe comentou que eu deveria diminuir o tanto de Coca que eu bebia. Daí ela respondeu: "Deixa o menino (eu ainda era tratado como menino), ele não fuma, ele não bebe, ele não usa drogas, então deixa ele pelo menos ter o vício da Coca".
E assim segui usando esse ensinamento durante vários anos adiante. Sempre que alguém falava que eu bebia muita Coca, eu repetia o que a Aldinha tinha dito.
E assim eu bebia Coca no café da manhã, no intervalo entre o almoço, na hora do almoço, no lanche da tarde... E era sagrada a Coca das 16 horas lá na redação. A minha colega Deire até já tava acostumada com o tssss da latinha abrindo. Daí dizia: "A Coca das 4 horas do Mirão". Para completar, bebia na hora do jantar, antes de dormir e onde quer que eu estivesse. Acho que era um vício como o do fumante. Aquele ritual me dava prazer.
Mas daí o tempo foi passando e o meu peso só aumentando, só aumentando, em parte graças a uma disfunção na tireóide, mas também reforçado pela Coca. Daí vinham as histórias de que o refrigerante mágico tinha uma concentração muito grande de açúcar, que era prejudicial à saúde e coisa e tal.
Quando entrou 2010 algumas coisas mudaram na minha vida e, de repente, me vi olhando para a latinha vermelha da Coca... Me pus a pensar se de fato aquele líquido sedutor era tão perigoso assim. "Será que ele está me ajudando a engordar", perguntei e mim mesmo. E simplesmente decidi dar um tempo na Coca.
E lá no início de janeiro parei com a danada.
Posso contar nos dedos das vezes que voltei a beber a vermelhinha. Ela foi substituída pela versão Zero ou mesmo por sucos variados.
Não sei se por essa mudança de atitude ou alguma maluquice da tireóide, mas o fato é que eu simplesmente emagreci 10 quilos.
E hoje a Coca não me faz tanta falta como fazia antes. Hoje posso comemorar e dizer que estou praticamente curado. Eu já poderia me definir como um quase ex-cocólatra... Se bem que a sedução do rótulo vermelho com o líquido borbulhante cor de caramelo escuro continua a me chamar toda vez que passo diante de uma prateleira de supermercado ou loja de conveniências...
Do futuro, não sei, mas por enquanto continuo resistindo bravamente.
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É o que eu digo sempre: alface devia ter sabor de coca-cola. E coca-cola zero devia ter sabor da coca-cola de garrafa média que a gente compra naquela vendinha de bairro, guardada naqueles freezeres velhos... De qualquer modo, boa sorte com os novos propósitos. Eu também sigo tomando coca-cola zero e sucos variados desejando a "vermelhinha". Abs!
ResponderExcluirÉ até engraçado com algo tão estranho e cercado de publicidade pode causar um vício enoooooorme.
ResponderExcluirEu deixei de tomar coca há 5 anos. Mas eu não era tão viciada como você, apenas tomava depois da aula. Mas um dia eu parei e refleti sobre a minha saúde, desde então nunca mais tomei-a. E assim segue com outros "alimentos" tbm.
Vou te mandar um texto sobre a coca depois.
Boa recuperação... rs