domingo, 9 de maio de 2010

Vida e amor


Tem gente que possui a capacidade de se sentir acompanhado mesmo estando sozinho.
Tem gente que se sente só mesmo estando no meio de uma multidão.
A vida tem dessas coisas inexplicáveis.
A gente vive o tempo todo correndo atrás de respostas para chegar no final da estrada e descobrir que a própria vida é um livro que não podemos decifrar.
Perdemos tanto tempo tentando entender tanta coisa que acabamos esquecendo de viver.
E assim perdemos preciosos momentos na nossa caminhada.
Esse tal de amor...
Existirá ele de fato?
Ou será uma ilusão que criaram para nos tapear?
Como explicá-lo?
É um frio na barriga? Uma vontade insaciável de estar com alguém? Um desejo de entregar a própria vida para que a outra pessoa esteja bem?
Como é isso?
E se ele é tão importante e essencial, como é que acaba?
E daí como explicar a dor rasgada no peito, o aperto sufocante na garganta e os olhos que não param de arder?
Aliás, será possível explicar como é que ele começa?
Ele nasce inexplicavelmente e sem motivo assim como segue o mesmo caminho para morrer?
Simples assim?
Você amanhece não amando, entardece amando e amanhece no dia seguinte não mais amando?
Vai saber.
Tanta gente já escreveu sobre ele e para mim até hoje ninguém conseguiu explicar nada.
E quem é na vida que nunca sofreu por causa disso que se chama amor?
Quem é que nunca imaginou que não sobreviveria ao dia seguinte sem a presença de alguém?
Isso sem contar os que de fato não sobreviveram e decidiram colocar um ponto final, por conta própria, à amargura que lhes arranhava o peito e tirava a própria vontade de respirar.
Muito estranho.
Como é que algo pode ao mesmo tempo dar a sensação de bem e fazer tão mal.
Muitos se perdem pelo caminho por conta de um tropeço numa pedra (os especialistas preferem chamar de rocha) à qual se dá o nome de amor.
Muitos caem e não conseguem mais se levantar.
Felizes são aqueles que podem se agarrar a uma nova esperança e sair do abismo em que se atiraram ou foram atirados.
Felicidade efêmera.
Lá na frente estão eles novamente a se perder e a cair por conta do (bem ou mal) dito amor.
E assim a vida vai seguindo, de braços dados com esse tal de amor.
E o mundo humano gira em torno dele.
Seria ele o motivo da nossa vida?
Ou será ele que faz a nossa vida sem sentido?
Nem me arrisco a tentar entender.
Mas o fato é que nessa madrugada tão longa e vazia as perguntas me assaltam e me fazem perder o sono.
É tudo muito estranho.
É tão estranho estar na escuridão e precisar da luz e segui-la, mas ela sempre insistindo a se afastar ao nosso toque.
É tão estranho dormir ao lado da felicidade e ela simplesmente lhe afastar.
É impossível definir se isso é sonho ou pesadelo.
Tão perto de dormir num sonho e tão perto de acordar num pesadelo.

2 comentários:

  1. A dualidade faz a vida.

    Adorei o texto. Só aquele que tem sensibilidade consegue alcançar o profundo com suas palavras. E é através de questionamentos que fazemos isso.

    A vida é e será sempre um enigma, este que todos nós temos medo de um dia não existir para decifrar.

    Beijos e respostas... ;)

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  2. O que é isso, hein? Muitos sentimentos aí.

    Bora atualizar!

    Abs!

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