quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sereia no aquário




É uma emoção estranha.
Você é um ser virtual.
Mas ainda assim lhe quero bem.
Ainda assim eu lhe busco.
Não sei qual é a cor do seu olhar ou que som tem o seu sorriso quando vai além do leve tremular no canto da boca.
Não sei que cheiro tem.
Não sei se o seu andar é cheio de charme.
Não sei se sua voz é música para os meus ouvidos.
Pouco sei dessa moça virtual no mundo real.
Mas ainda assim procuro o seu rastro na rede todos os dias.
Tento enxergar nas entrelinhas dos seus posts os fragmentos que poderão identificá-la no mundo real.
E cada vez, como numa teia sendo articulada, acabo me ligando ponto a ponto a você.
Não deixo de ficar preso, ligado.
Tal qual aquário e peixe.
Peixe e aquário.
Melhor ainda...
Sereia.
Aquário.
Agora mesmo, por acaso, nossos caminhos virtuais se cruzam.
É uma emoção estranha.
Fico lhe imaginando frente a frente com a tela do computador.
Tento vislumbrar o reflexo que a luz lançada do aparelho terá no seu rosto, nas sombras na sua pele, nos raios filtrando por entre os fios dos seus cabelos.
Fecho os olhos e tento imaginar por um instante.
Uma imagem efêmera se forma.
Abro os olhos e ela se esvai, como neblina ao sol.
Diante dos olhos não há mais a imagem.
Mas as características do seu ser virtual estão fixadas.
Essas, sim, são vívidas e marcantes.
Mas preciso mais.
Preciso ir além.
O mundo real também cobra uma presença.
A sua presença.
E quando deixaremos de ser apenas virtuais?
Será que deixaremos um dia?
Nem que seja só um dia?
Ah!
Quem me dera eu pudesse ser real um dia e lhe dizer em palavras ao vento tudo o que sou capaz de sentir.
Quem me dera!

P.S. Sereia, sereia... Faça o seu canto virtual se tornar real. Encanta-me com seu canto...

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