domingo, 30 de setembro de 2012

Labirinto

O túnel era longo. Adiante tremulava uma luz a indicar o caminho. Ele então entrou por aquele corredor. Seguiu sem medo. Quando deu por si já estava perdido.
A luz cor de mel que brilhava, convidativa e repleta de esperanças tal qual um doce olhar, não era para lhe orientar... Serviria e serviu, sim, para desnortear.
O corredor que se mostrava como um rumo a ser tomado, logo acabou se revelando como um labirinto.
Ele caminhou atarantado por aqueles corredores sem fim.
Deu cabeçadas nas paredes.
Andou às escuras.
Por vezes - tantas delas - parou e quis chorar, desistir, sentar-se e deixar o tempo passar até acabar... Imaginava-se definitivamente sem rumo. Pensava que jamais conseguiria sair daquela imensidão de túneis.
Aí então, de repente, não mais do que de repente, percebeu que não precisava mais daquilo.
Percebeu que sair daquele labirinto só dependia dele mesmo, da sua própria vontade.
E foi aí que uma luz brilhou acima de tudo e mostrou que existia sim, uma saída.
E para lá ele seguiu.
Esse sim era o verdadeiro caminho.
Saiu.
Foi a sua redenção.
Foi o seu recomeço.
Olhou para trás somente para puxar a porta, trancá-la e jogar a chave (quebrada) fora, para que não houvesse o risco de tornar àquele labirinto.

P.S. Eis aquilo que brotou de uma conversa com Rê. Situações e sensações múltiplas e mútuas.

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