terça-feira, 18 de maio de 2010

Territorialismo


As mulheres são seres territorialistas.
Saem a marcar nossas vidas com registros físicos e outros além disso.
Saem a espalhar, por nossas casas, camas, carros e outros lugares, fios de cabelos, anéis, pulseiras, brincos, piercings, batons, brilhos, roupas e fotos.
Com isso parecem estar a demarcar um território.
O tempo passa e às vezes nos deparamos com uma dessas lembranças físicas deixadas, quase que por engano, em algum canto de nosso caminho.
E daí, quando nos deparamos com esse registro, é que volta à tona a marca ainda mais difícil de ser apagada.
Essa é aquela que não está em um objeto, mas que é tatuagem cravada na própria alma.
E um simples objeto é sim capaz de despertar lembranças.
Por um momento, ainda que efêmero, a gente volta a viver tudo o que já viveu um dia.
E, dependendo da profundidade da marca, às vezes viajamos por mais tempo e muito mais distante do que uma efemeridade.
Mas quando a viagem acaba nos deparamos com a realidade.
O anel prateado ou o batom vermelho está ali brilhando na palma da mão.
A gente não deixa de sorrir.
Mas no instante seguinte guarda o objeto no fundo de uma gaveta.
Assim como aquela história, ele também está relegado apenas à lembrança.
E assim é trancado na gaveta do passado.

3 comentários:

  1. Adorei seu texto!
    De um sentimento e realidade palpáveis.

    Parabéns! Lillian Bento

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  2. Vovô, você está romântico! E um tanto melancólico. E um tanto nostálgico. E um tanto... rs

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  3. Caraca Maluco!Ae mano vc e bem creativo pode cre!

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